O SÍTIO E O VAGABUNDO (pais e irmão)

Embora redigido hoje, este fragmento rememora, com o máximo de rebuscamento possível, minhas angústias tendentes ao suicídio, mais de dez anos atrás, quando eu era um jovem mais jovem, mas já adulto...

“Toda semana a mesma coisa... toda semana esse ciclo trágico... isso nunca vai acabar... isso de novo... outra vez...” “Reclamo, mas eles fingem que não me escutam ou logo se esquecem e tudo acontece como da primeira vez...” “Essas memórias continuam voltando e eu fico preso a elas por vários dias, até me recuperar e parar de sentir a dor nas costas...” “Minha vó que morreu... Ela se compadeceria por mim? Quem se compadece por mim? Isso é algum tipo de vingança dos meus ancestrais, uma maldição muito anterior a minha existência? É culpa minha?!? Por que eu não sei lidar melhor com essa MERDA?! Por que eu sou assim?! Que derrota...” “E se eu só for piorando cada vez mais e for um incapacitado minha vida inteira?” “Me jogo ou não me jogo? E se eu não morrer? Tenho coragem? Meu ‘amigo’ me falou que é só se jogar de cabeça, não tem erro, e eu não vou sentir nada, eu vou apagar antes de chegar ao chão... Por que não? Por que me sujeitar a ver e sentir todo esse ciclo se repetindo de novo e de novo e me sentir impotente sempre e sempre?... Qual o sentido nisso tudo? Eu gostaria de chamar a atenção pra minha existência da única forma que me é possível, depois de tudo que tentei... que é deixando de existir...”

O livro que me “salvou”: Vontade de Potência.