Somos a morada de quem amamos

É insuportavelmente doloroso contemplar a partida de quem muito amamos. É intensamente lastimoso sermos obrigados a nos despedirmos de quem adoraríamos ter em nossas vidas para sempre. Mas a verdade é essa: somos todos vítimas em potencial da desagradável e indesejável finitude que nos separa das pessoas que mais estimamos. No entanto, a dor pode ficar um pouco mais suportável se encararmos esse fato usando outras perspectivas como desacreditar que o nosso ente querido deixou de existir e passar a cultivar o pensamento de ele deixou de ser visto, mas está eternizado no coração de quem amou e soube amá-lo, parafraseando a doutora Ana Beatriz que falou sobre o luto no vídeo “Perda afetiva dos animais de estimação” gravado para o seu canal no YouTube.

Esse é o segredo da eternidade, talvez esse seja um bom remédio na hora de uma dor que não é física, mas na alma: o amor. Se há saudade então há admiração. Se há admiração então há belas atitudes e por trás de todas as belas atitudes sempre há um ser humano incrível que despertou admiração nas almas e terá o prazer de deixar saudade nos corações.

A saudade não é de todo mal, sentimos falta daquilo que nos fazia bem, que nem conseguíamos nos imaginar sem, sentir saudade é a prova de que o que vivemos foi satisfatório, valeu a pena, deixar saudade é a prova de que soubemos viver e considerar as pessoas como elas são: seres humanos que apreciam o carinho, o respeito, a companhia e o amor.

Infeliz e inevitavelmente todos vamos nos deparar com a morte em algum momento, seja por ela sendo levados ou vendo que através dela quem amamos está sendo carregado, choraremos, sentiremos o coração arder, a alma agonizar, tudo isso significará que valeu a pena. Mas os dias passarão. As boas recordações tirarão dos nossos olhos lágrimas sutis que se misturarão a um sorriso nostálgico e, então, perceberemos que o nosso amado deixou a materialidade para fazer morada dentro de nós!

< Texto de @Amilton.Jnior >