A brevidade da vida

- Amigo, nesta manhã de sol reluzente, na capital do sol do Equador, da janela que avisto um mar verde, tu viestes na cabeça e contigo uma reflexão angustiante sobre a brevidade da vida, das pessoas e das coisas. Eu lembro das ligações pela manhã muito cedo e do "bom dia" acalorado, que faz muita falta, do quanto éramos inocentes, cheios de desejos, sonhos e um romantismo sobre o mundo. Lembro também da confiança, das trocas cúmplices e das gargalhadas mais profundas. Mas, lembro também em que momento tudo caiu por terra e vivenciamos o rancor e ódio que habita no coração humano. Hoje cedo senti teu abraço e acordei com o som do toque do antigo celular, aquele toque da ligação do "bom dia" sincero. Abrindo os olhos, percebi que era a memória. Roubaram nossos encontros, nossas trocas de abraços e palavras, o vivenciar dos nossos sentimentos. Roubaram a vontade de desbravar. Naquela noite morreu um pedaço de mim também, da pior forma possível. Desde então o céu ganhou outro sentido.