A estranha que nós amamos
Eu nunca tinha ouvido falar de Marielle Franco.
De repente, vejo a notícia de que Marielle Franco, mulher, negra, vereadora do Rio de Janeiro, foi assassinada.
A partir desse dia Marielle se tornou uma personalidade de grande importância para o país.
Hoje eu me pergunto: se Marielle Franco, mulher, negra, vereadora do Rio de Janeiro não tivesse sido assassinada eu saberia dizer quem era ela?
Não estou desprezando o SER HUMANO que perdeu a vida, mas desprezo o cinismo dos meios de comunicação e dos "problematizadores" de plantão.
O primeiro fato que esses tais "problematizadores" fizeram questão de ressaltar no dia do assassinato, é que Marielle era "mulher e negra", atitude essa que se tornou comum no Brasil onde a responsabilidade individual, a de quem atirou, é desviada para uma "classe".
Essa tática, possibilita que, antes da apuração do crime pela polícia e possível julgamento e condenação dos culpados diretos, toda uma "classe" seja imediatamente responsabilizada.
E também revela a intenção de se manter viva a "luta de classes" numa forma "modernizada".
Percebemos a todo momento a mesquinhez de de ativistas que se empenham em manter em evidência uma "classe" que despreza os pobres e os negros, principalmente.
Esses ativistas são inimigos de um país que não consegue se tornar uma Nação, justamente porque os interesses pessoais ou de grupos superam o coletivo.