CÓPIA DA EXPERIÊNCIA
Nas camadas na retina entre a luz e o cérebro, em nossa consciência e nossa cultura, à proporção que interpretamos a imagem final, surge a beleza, como uma propriedade de experiências da verdade descomprometida, ampliando o que é conhecido.
Então, inventaram a câmera fotográfica, cujas lentes capturam os raios de luz e redireciona-os reunidos para um único ponto, criando uma imagem nítida congelando o momento dos eventos e o semblante da natureza, oferecendo desafios de categorização no nível cognitivo sobre as novas formas do padrão de percepção das coisas.
Obviamente, novas evidências nos motivam a revisar o pensamento e os padrões, que certamente mudaram com o surgimento da fotografia, cuja natureza é um dispositivo de memória que criou vários deslocamentos concretos de nossa percepção do decorrido e substituiu a experiência pela cópia nivelando a informação visual, em que tudo assume as mesmas características produzindo uma resposta somática em quem olha, e libertou os pintores da necessidade de descrever a imagem de forma realista sem provocar a obsolescência de objetos enquanto captura elementos banais do mundo colocando-os no lugar na cena temporal fixa que torna o irreal em real provocando a nostalgia pelos objetos idos de momentos anteriores em julgamentos perceptivos básicos que incluem a atenção e a integração da memória visual de objetos e eventos. Assim, salienta uma reivindicação de verdade maior do que qualquer outra representação, sem distinguir-se de sua referência ao transmitir uma imagem ou evento nas circunstâncias como ocorreu. Mas pode ser ambíguo ao deixar de fora o sentimento da experiência do momento, por não significá-lo. Para isto, seria, então, necessário fazer um arranjo de palavras para satisfazer a necessidade da mente de uma imagem mais clara.
Além de boas lembranças, também os momentos de tragédia e dor são inesquecíveis. Acima de tudo, é um relato de nossas vidas, através do qual podemos de certo modo, experimentar tudo de novo, pois, memórias provocam emoções e, algumas vezes recordar é viver. Isso melhorou a nossa capacidade de lembrar o que é tudo, do que foi, e não foi.