HARMONIA
A experiência de vida é um aprendizado inacabável, pois a verdade, por transcender a compreensão e ser inexprimível é inexistente existindo além de nosso entendimento, porque quando o nosso pensamento aproxima-se da fronteira de nosso presumido conhecimento, o seguimento é Deus.
Entretanto, independente da forma, ou do dote da consciência, viemos ao mundo através da transformação. Mas, o ser ciente deve buscar o esclarecimento pensando e agindo de maneira natural para aperfeiçoar seu pensamento, pois, somos todos cativos da individualidade separada conformada pelo ego da identidade, adotando a causa do outro. É apenas natural buscar alcançar a liberdade, a fim de nos aproximarmos da compreensão da verdade.
Não existe meio-termo entre o bem e o mal. Todavia, ao praticar o bem, que o façamos de modo desprendido de maneiras e motivos de causa, pois, a aparência não constitui o mérito e, a pessoa verdadeira não é reconhecida pelas características da ilusão.
O equilíbrio na compreensão nos distancia de apreciar as coisas indevidamente, com ou sem qualidades intrínsecas, evitando a posse do apego desmedido à noção e a materialidade do que percebemos e nos aproximamos conceituando a representação de um ser, de um objeto ou, de uma singularidade isolada.
Quando observamos a lei natural na fluência que rege a vida equilibrada, a realização não é a consumação do objetivo de nossos feitos, porque o conjunto de nossos atos é somente o fruto de nossos pensamentos alheios às qualidades das coisas dentro do propósito de um período. Não é o término do trajeto integral a ser caminhado, após o qual esperamos renascer. Demais, não podemos presumir tal condição, pois, estaríamos nos santificando, assim assumindo a pretensão de um eu fora de nós, como um ser individualmente distinto, em vez de nos abrigar no coração da clareza desprendida da ostentação e fixação das características e de lugar, buscando a condição edificada na paz e no amor, para seguir o trajeto da mente desapegada apreciando o ordinário, porque a consciência não tem corpo, apenas o habita e guia-o.
Os atributos das propriedades das coisas impedem nossa emancipação do desprendimento que nos condiciona aos bens, as características e aos valores que nos distanciam da paz que nos liberta da ideia de uma personalidade e abre a nossa sabedoria, nos livrando da angústia de reter o passado, do materialismo de segurar o presente e a incerteza de antecipar o futuro.