Afastar-se da soberba
Muito se fala em altruísmo, em ajudar as pessoas sem esperar por nada em troca, mas muito pouco se vive tão nobre e importante filosofia. Fato é que o significado primordial de altruísmo pode ser questionado, pelo menos pelo nosso próprio bem-estar e prazer vemos sentido em estender a mão a quem tanto necessita, porém, sendo direcionados por sua essência, podemos considerar como que o altruísta não espera por tapinhas no ombro ou bajulações de ninguém, ele simplesmente ajuda e encara isso como um jeito de ser.
Você conhece muitos altruístas? Eu não.
Há aqueles que oferecem ajuda, mas não perdem a chance de registrar o momento a fim de instigar repercussões. Há aqueles que atendem a um pedido de auxílio, mas não hesitam em espalhar o quão nobre foi sua atitude. Há ainda aqueles que, inflados em seu ego, reclamam quando não o beatificam por suas redentoras ações. Estes não são genuínos altruístas. São vaidosos. Querem holofotes e gracejos, desde que tenham algum retono não se incomodam em ajudar, mas não espere pela mesma boa vontade se estiver morrendo no deserto, onde ninguém pode assistir ao heroísmo destes.
Precisamos nos despir desse homem soberbo que não sossega enquanto não é visto como único e incorrigível, precisamos exercer a caridade por ser um comportamento esperado de qualquer ser humano. Precisamos nos afastar desse egoísmo doentio que nos assemelha a urubus sobrevoando um animal morto: usamos da desgraça alheia para nossa própria promoção. Ser altruísta é muito mais do que ajudar. É como anuncia um velho conselho: que sua mão direita não veja o que fez a esquerda.