SABER DILUIR A IGNORÂNCIA

Negativo e positivo estão ai presentes – dentro do nosso interior – a espera de nós os espertar, desabrochar-los do seu adormecer latente. Ao entrar dentro duma dessas polaridades as emoções e sentimentos, associados à gama da imagens a elas aderidas, criam sintonia e se manifestam dentro do nosso corpo (por atração a um determinando sentimento ou emoção, nesse momento dominante).

Assim a polaridade negativa desenvolve a modo somático dentro do nosso organismo reações que podem afetar ao nosso estomago, peito, cervicais... Provocando a seguir ira, raiva, ódio... Enquanto as gamas da polaridade positiva manifestam dentro do nosso corpo expressões mais plenas e saudáveis, que interagem com as emoções e sentimentos positivos ajudando a harmonizar a auto-regulação interna, realizada em todo sistema complexo por homeostasia ou homeostase. Isto devem pois num aumento da atividade do centro cerebral, o qual é o encarregado de inibir os sentimentos negativos; fechando assim o circuito benéfico da polaridade positiva.

No entanto, como humanos, somos formados pelo nosso lado claro e escuro. Negar o lado escuro só carrega consigo dar mais energia a este pólo pelo efeito retroativo da aversão; ao tempo que ficar só na polaridade negativa debilita o lado de contrapeso positivo criando desequilíbrios mentais e somáticos, que de prolongar-se no tempo bem puderam ocasionar algum tipo de doenças mais difíceis de erradicar.

Assim que sempre devemos atentar e observar-nos para, em caso de detectar anomalias e pequenos desequilíbrios no nosso caminhar transitando por meio das polaridades, acudir a tratamentos paliativos que facilmente poderão reequilibrar nossa harmonia; o invés de aguarda a solução chegar com o tempo, o qual pode como já falamos, criar tendência errada e posterior doença. Diz o DHAMMAPADA: "Todos os estados mentais têm como precursor a mente, como chefe a mente e são criações da mente"

Daí que os nossos temores mais íntimos criam, amiúde, os círculos obsessivos - compulsivos, nos que navegamos, muitas vezes de contínuo, impedindo-nos de ver o lado bom e belo da vida. Semear a vontade de mudar (sabendo que a grandeza da colheita, reside na semente), impulsionar nossas mudanças com a vontade, a perseverança e fé; com confiança no resultado, pode ser uma inestimável ajuda à hora de criar novas caminhadas.

Adaptar nossa disciplina (sem disciplina não existe plano a poder ser realizado) as nossas circunstancias. Sentir o poder da nobre mudança dentro de nossa alma, permitem chegar à meta: modificar a mente autodestrutiva, construir uma mente construtiva, poderosa, cheia de amor pela vida. Podemos e devemos experimentar essa plenitude interna, sabendo que é possível mudar a mente: a meditação, o conhecimento das artes meditativas, um passo grande e importante passo na direção certa.

A ajuda experiencial é precisa.

Pelas nossas vivencias, pelo ensino de outras pessoas, pelas conversas com os mais velhos do lugar, pelas pegadas que outros deixam no nosso interior, recebemos aprendizagem. Os outros são em realidade espelhos – nos quais podemos vermo-nos. Devermos ter cuidado não deformar o espelho para que a visão não surja côncava ou convexa, e aprender a aceitar a realidade tal e como ela é. Aceitação afinal é a forma mais elevada de amor.

O legado oral ou escrito ajudou sempre a humanidade no seu caminho evolutivo em procura do aperfeiçoamento. Mas devemos tentar fazer a escolha adequada – também não devemos renunciar a escolha errada por ignorância, pois esta escolha nos permite vencer a ignorância que tina surgido: assim com a desilusão aprendemos que vivíamos na ilusão, pelo desanimo aprendemos que abusávamos do animo, pelo desencanto despertamos do encantamento e podemos observar os efeitos que tal sedução nos produz...

Compreender que há um momento para cada cousa.

“ Tudo tem sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; ... Tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar...” (Eclesiastes, 3)

Nem sempre estamos na altura para certas leituras, aquilo que pode formar nosso vizinho, pode deformar-nos a nós. Não todos os conselhos estão no momento certo, em ocasiões podem mesmo ser desaconselháveis...

Devemos aprender a distinguir num mundo cheio de informação o que está no nosso momento adequado; aquilo que agora é adequado para nosso progresso.

Uma voz um dia me segredou ao ouvido: “Lembrai o livro de Amduat e a Litania de Rá, escrita para ajudar Tutmés III adentrar-se na região dos Mortos. Orai unidos para o Leste e cantai o Sol Novo que está a renascer no início fulgurante deste dia. Esse Novo Rei terá como berço as praias do Ocidente. Falai ao coração de Mnkheperré, a Estável manifestação do mesmo único Sol no vosso Peito. Com a morte do velho faraó, morre também o ego que o sustenta, deixando assim nascer o verdadeiro Rei – no vosso Palácio Eterno.

Amenófis IV, tornou-se Akenaton – Kunaton, o Sol Puro do Egito. Com Nefertity a Lua Nova, no seu coração veio renascer, para juntos em aliança tentar mudar a face escura das almas. O Logos brilhava pela voz da sua voz, como gémeos espirituais destinados a salvar o Mundo – Com a sua morte voltamos a repetir a morte dos dignos sonhos altivos… Aton, o logos solar, por cima das deidades inteligentes, comanda com seu incipiente amor a mudança de todos os unidos ciclos: do passado, futuro e presente; do nascer, meio dia e noite. - Vosso mental discursivo, construtivo e concreto já foi transporto em essa altura pelo vosso coraçao. E como semente que há de irrigar vosso imaginário coletivo o símbolo de Kunaton – Akenaton e Nefertity, vibra já na vossa intuição – impulsando vosso deambular em procura duma Mente elevada e intuitiva: o perdão, a compaixao, a encarnação dum Novo, vigoroso Ciclo. Muitos outros mártires irrigariam com seu sangue depois, aquela copa coracional – chamada Graal, céltica epifania – como sacrifício necessário para vinda do Novo Sol, e de novo à Nova Terra novamente renacida. Lembrai-vos sempre Deles, daqueles cuja voz fez sonhar em libertadores simbólos. Eles são parte da vossa sanação. A nobreza nunca pode ser corrompida!”

Tem algo a ver isto, com o que estamos a falar? Tudo depende do ouvinte e do ouvido. Se o ouvido estiver nessa vibração da canção, deixe-se pois embalar por ela... Toda informação que percebemos do mundo exterior nos foi transmitida pelos nossos sentidos. Assim, com essa informação, transformada em "crenças" construímos o nosso próprio mundo. De tal jeito que nós somos editores do nosso filme, escritores do nosso livro. Dai que refinar nosso discurso de todo aquilo comprometido com a guerra - concorrência. Retirar do nosso coração todo tipo de alteração violenta, depende das sementes, que plantemos, na nossa alma.

Procurar a semente da paz e da vida: a meditação implanta sementes de amor, dentro da nossa mente, retirando o medo, insegurança, da mesma. Nosso universo interior é feito desta informação. Sendo condicionados desde o nosso nascimento pelo paradigma atual da guerra. Este velho paradigma leva aos seres humanos a acreditar num universo absolutamente material, em confronto pela sobrevivência, onde os mais fortes e adaptados prevalecem. Esquecendo o princípio hermético do Universo Mental. Na Mente universal, é também, onde se produzem as globais mudanças.

OM PATSA NA DHI - Gerar sabedoria, dissolver ignorância.