Enredo
A música sempre foi a forma que eu pedi ajuda. Sempre foi pra onde recorri nos meus momentos de angústia. Sempre me indentifiquei com letras que remetessem a uma melancolia, acho que porque elas reconfortam o que você tá sentindo e começa uma simbiose entre a melodia, a letra, os arranjos, as vozes, os instrumentos, os sentimentos carregados ali, e tudo em uma grande mistura que te abraça mesmo longe.
Sempre foi meu refúgio até eu descobrir a escrita - essa não muito boa, não muito correta, mas a única que me entende ou talvez não -, nela eu deixo minha mão escrever coisas que estão me angustiando, me deixando apreensivo, ansioso, triste, etc. mas, as vezes ela não é suficiente, ela não basta. Quando comecei a escrever eu sentia um breve alívio do que tava preso em mim, como algo que você pressiona e sai - acho que é aquilo de empuxo né, não sei, nunca fui bom em física -, se deslocava de mim, sumia e eu seguia. Claro, sem pedir outras ajudas porque pra mim isso bastava. E eu tava errado.
Depois de um tempo consegui juntar a música e a escrita, os arranjos e a letra, juntar o que eu sentia com o que eu pensava, unir o útil ao agradável e isso foi me ajudando aos poucos, e meu processo criativo foi se expandindo, obviamente eu tinha bloqueios, mas eles eram superados tranquilamente.
Agora, já não sei mais o que fazer, eu tô tão perdido que não sei pra onde andar, não sei como pensar, o que falar, um mar salgado tomou conta de mim, dos meus olhos e do meu corpo. Agora, escrever já não é tão conveniente.