Viver não é preciso. Sonhar sim.

A maior covardia do ser humano, sem medo errar, consiste em matar sonho de criança. Qualquer que seja (a criança e o sonho).

O que temos de mais pessoal é o sonho e o nosso maior impulso é a vontade de potência, diria Nietzsche. Ora, somos do tamanho dos nossos sonhos, afirmou cirurgicamente um certo poeta lisboeta no início do século passado.

Significa isso dizer que, ao se desferir a uma criança golpes verbais como “você não leva jeito para isso; não é para você; seus pais não foram e você também não poderá ser; ou ainda coisas como na sua família ninguém jamais teve condições para tal” se está, a rigor, decidindo por alguém que não pode, não naquele momento, fugir dessa escancarada opressão. Isto é: está-se a sentenciar uma vida inteira pela frente com base tão somente em seu passado.

Não sejamos tão covardes!

Jonas Sales
Enviado por Jonas Sales em 29/02/2020
Reeditado em 29/02/2020
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