Viver não é preciso. Sonhar sim.
A maior covardia do ser humano, sem medo errar, consiste em matar sonho de criança. Qualquer que seja (a criança e o sonho).
O que temos de mais pessoal é o sonho e o nosso maior impulso é a vontade de potência, diria Nietzsche. Ora, somos do tamanho dos nossos sonhos, afirmou cirurgicamente um certo poeta lisboeta no início do século passado.
Significa isso dizer que, ao se desferir a uma criança golpes verbais como “você não leva jeito para isso; não é para você; seus pais não foram e você também não poderá ser; ou ainda coisas como na sua família ninguém jamais teve condições para tal” se está, a rigor, decidindo por alguém que não pode, não naquele momento, fugir dessa escancarada opressão. Isto é: está-se a sentenciar uma vida inteira pela frente com base tão somente em seu passado.
Não sejamos tão covardes!