Caneta

Muitas e muitas vezes me pego pedindo uma caneta a um garçom.

Já perdi a conta das vezes em que me arrependo de não ter uma comigo.

Me sento a mesa e a poesia vem.

E ela tem ciúmes, não se chega na multidão, prefere quando estamos a sós.

Onde tem de nossa companhia completa atenção. E não adianta: ou fala naquele momento ou nunca mais.

Já nem me lembro mais das vezes em que corri para transcrever tudo aquilo que estava em meus ouvidos e coração, como uma mensagem psicografada. Ela dita e eu escrevo, está além de mim.

E ela não se chega duas vezes da mesma maneira. Por isso, a necessidade da caneta em qualquer lugar.

A poesia é assim. E sua a magia da escrita nunca vai ser superada pela frieza das palavras, nem letras sem fim.

Ela é acima de qualquer escrita, qualquer dialeto, qualquer maneira de expressão. Ela é eterna, ela é única, ela é poesia.

Jo Leitte
Enviado por Jo Leitte em 28/02/2020
Reeditado em 28/02/2020
Código do texto: T6876428
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