Confidência inconfidente
Lá se ia no horizonte a andarilha cantarolando.
Bem alto em meio a flora, se esvaindo no caminho igual ao bichinho do mato, livre e solta, sem presas, a não ser aquelas que ela mesmo a cometia, não gostava de proximidade, de toques e nem mesmo muita ladainha, andava somente guiada pelo Deus altíssimo e mais nada e nem ninguém, não queria amar, não queria encher seu coração, a não ser de pedrinhas que ela mesmo encaixava em cada rachadura, a feridas ali geradas se tornaram duras feito mármore, ou até mesmo se comparada ao ouro mais puro, não amassava, não arranhava e seu brilho era fosco. Até que então, alguém aprendeu a aquece-lo a mil graus celsius, derretendo então tudo aquilo que já tinha forma, e tornando de esplendor brilho, ser que nasceu e cresceu de cinzas, o sangue era o seu mar, a vida até então era passageira, mas se moldou para se infiltrar dentro das rachaduras do coração da pequena andarilha, ali fazendo nascer e crescer o que até então era desconhecido, e que arde a cada dia, esse é o verdadeiro amor, conhecido através de um corvo que voava além dos céus, além do horizonte, mas que agora está ao chão, para que juntos possam voar e aterrissar em uma só sintonia!