Anestésico

Carnaval. É uma relação de encadeamento com a carnalidade. Lascívia.

A meu ver, o carnaval é o feriado da perdição; da vulgaridade humana.

Visualizamos pessoas frívolas e superficiais libertando seus demônios.

Devo ser fundamentado e procedente ao anunciar que não são todos.

Rigorosamente falando, eu menciono essa festividade brasiliense.

Precipuamente, foi-se o tempo da compostura e do equilíbrio da folia.

Eu nunca fui um apreciador ou simpatizante desse baile de máscaras.

Semelhantemente, as máscaras são paramentadas em favor do oculto.

É uma figura moderna do homem do século XXI que ama a aparência.

Nas mídias digitais, risadas de uma orelha a outra camuflam o triste.

Na autêntica existencialidade, depressão e ansiedade angustiam o eu.

É quando ninguém está no auditório e as cortinas da vida abaixam.

O estágio em que você toca a cabeça na almofada e sente o seu eu.

Simultaneamente, o carnaval trabalha como um anestésico existencial.

Uma perversa e depravada comemoração de gente vazia e oca.

Um conciliábulo comunitário e universal a céu aberto de depravação.

A licenciosidade e a imoralidade são vertiginosas. A discrição se perde.

A respeitabilidade e a honradez são anuladas. É o cenário do Brasil.

Entretanto, repetidamente, uma ínfima numerosidade não é inserida.

Todavia, tipicamente, é individualizador de muitos brasileiros. O torpe.

A vastíssima fração brasileira ama e venera a esbórnia e a orgia.

Enquanto o Brasil prossegue no emburrecimento disseminado e total.

A imbecilidade cultural em todos os aspectos promove o colapso.

Lucas Nicácio Gomes
Enviado por Lucas Nicácio Gomes em 24/02/2020
Código do texto: T6873587
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