SUBJETIVIDADE E CONHECIMENTO
Para entendermos os pensamentos, as ideias e o estilo de um autor, é imprescindível que também conheçamos a sua personalidade, os seus anseios e as suas inquietações que dão a tônica de suas reflexões. O desvelamento das nuances de uma subjetividade nos faz entender que não existe uma pura objetividade desvinculada do ser que a organizou. Toda obra tem a marca de seu criador, sem o qual seria impossível haver estilo e originalidade.O ser humano, versado na ciência, na filosofia ou na arte, tem a capacidade para dar boas respostas acerca do mundo em que vive, resplandecendo com a luz do seu saber uma pequena fração de infinitude de saberes inacessíveis e ocultos. Ele nunca vai conseguir desenvolver um conhecimento que possa penetrar na totalidade das coisas; é, portanto, impossível! Quem diz ao contrário só mostra a sua ignorância. Mas todo aquele que humildemente reconhece a sua ignorância sobre muitos assuntos e, mesmo assim, tem a coragem de sempre aprimorar o seu saber, tem boas condições de voar longas distâncias na aventura do conhecimento, seja de qual natureza for dotada. O primeiro passo para desenvolvermos um saber sobre o mundo em que vivemos, é conhecermos primeiramente a nós mesmos, a fim de sabermos os nossos limites, as nossas paixões ou repulsas e, também, as nossas inclinações na realização daquelas atividades para as quais realmente poderemos lançar uma luz num pequeno espaço desse vasto oceano de verdades ainda inexploráveis.