Atté logo.
Nossas mãos gravadas eternamente em momentos que não vamos compartilhar nem com nós mesmos. A exigência de me fazer cantar numa espécie de momento íntimo e cheio de paixão para um restaurante vazio e toda a safadeza que esse momento carregava.
Mesmo nos momentos onde era visivelmente claro que pertencemos a mundos diferentes, você dava um jeitinho de me encaixar no seu e eu te por no meu. Uma verdadeira promessa.
Compartilhar momentos extremamente secretos e doloridos, que te apertam o peito, só por se sentir seguro comigo. Ter a companhia nas minhas insônias que provavelmente eram motivadas por nós e eu não sabia. Ou talvez pela lembrança dos nossos primeiros beijos acompanhados das risadas brasilienses.
Todas esses pequeninos momentos que eu ouso aproveitar me deixaram assim, pensando sobre o que mais eu poderia aprender contigo para melhorar em mim, uma pré paixão motivada pelo autoconhecimento. Mas a minha sede por me conhecer me levou ao mesmo caso da pele de pipoca. Muita intensidade? Talvez sim, tentei não por.
A enfermeira que habita em mim quer te cuidar e manter você amparado porque nunca te deram isso. Mas ao mesmo tempo meu gênio não suporta a idéia de ter que insistir pra ter momentos unilaterais, achando que são bi.
Eu presto muita atenção em detalhes e as vezes o universo manda a explicação de cada um pra mim numa espécie de "ok entendi" mental, que acaba sendo confirmado em momentos diferentes.
Percebo os anéis, os números, as tattoos, as drogas, as músicas, os sons. Percebo os cheiros, os desejos, os olhares, as risadas forçadas e as genuínas. Percebo os segundos de toque e os segundos em que você se esquece de que tá ali e se envolve na sua rotina odiosa de novo.
Eu vejo a sua sensibilidade e entendo a resistência. A idade chega e gente se perde na idéia de que não tem tempo a perder e olha, isso é a maior balela. Risos.
As vezes precisamos de um áudio explicativo no meio da conversa confusa. As vezes precisamos de um abraço sincero sem nenhum outro intuito. As vezes precisamos forçar a convivência e sair da nossa bolha de inércia completamente dopada. Essa última raramente vai ajudar em algo.
Mas ao mesmo tempo tem que haver a compreensão de que tempo é necessário e relativo. Cada um tem o seu pra aprender do jeito que precisa e eu tentei fazer minha parte. Se pá até fiz e não sabemos. Se pá eu tava ali so pra dar um vislumbre da vida boa. Se pá eu era só mais uma. Se pá.
Me dói abandonar uma idéia tão bonita. Me dói imaginar que ali não há nada mais belo a se compartilhar e que aqueles poucos momentinhos devem ser guardados na minha memória. Porém a certeza de que algo assim um dia vai ser compartilhado comigo e por mim ao mesmo tempo, me faz querer continuar a minha jornada.
Um aperto a mais no coração. Um momento que me torna mais forte por mim. Mais self love nessa vida mulher! Yes. 15 minutinhos de leitura pra mudar o dia. Para tti, toda gratidão que habita em mim. Pra mim, continue assim, vivendo e aprendendo que uma hora você chega lá.