Mão de limão

Chego da estação

E como foi dito outras vezes

No barulho da cidade encontrei a mais pura solidão

Caminho de volta para casa

Cheia de intenção,

farei um chá,

Terminarei aquele livro,

Vai dar tempo de fazer tudo o que eu preciso

Mas nunca da

Num silencio apático do quarto

Depois que desligo o chuveiro

Me convenço a esquecer dos planos que fiz

A luz de velas me convido a sentir o cheiro bom de limão

E pingo na mão, aquilo que eu diria ser a mistura perfeita para

Que eu me sinta fresca e sem preocupação,

Com cheiro do limão nas mãos não me lembro de ninguém

E sinto não ser lembrada também.

Parece ser o cheiro da minha alma

Minha essência

Meu óleo

E o que há de essencial.

Com mão de limão

E solidão pareço doer

E ainda assim me sentir bem.

Eu que cheguei da estação

Ninguém para abrir a porta

Ninguém estendendo a mão

Somente eu, o limão e a solidão.

Mirela Lourdes
Enviado por Mirela Lourdes em 10/02/2020
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