Mão de limão
Chego da estação
E como foi dito outras vezes
No barulho da cidade encontrei a mais pura solidão
Caminho de volta para casa
Cheia de intenção,
farei um chá,
Terminarei aquele livro,
Vai dar tempo de fazer tudo o que eu preciso
Mas nunca da
Num silencio apático do quarto
Depois que desligo o chuveiro
Me convenço a esquecer dos planos que fiz
A luz de velas me convido a sentir o cheiro bom de limão
E pingo na mão, aquilo que eu diria ser a mistura perfeita para
Que eu me sinta fresca e sem preocupação,
Com cheiro do limão nas mãos não me lembro de ninguém
E sinto não ser lembrada também.
Parece ser o cheiro da minha alma
Minha essência
Meu óleo
E o que há de essencial.
Com mão de limão
E solidão pareço doer
E ainda assim me sentir bem.
Eu que cheguei da estação
Ninguém para abrir a porta
Ninguém estendendo a mão
Somente eu, o limão e a solidão.