NOSSO CHAMADO
Em algum momento em nossa vida perguntamos qual é o nosso propósito maior na existência, principalmente ao não identificar uma inclinação exclusiva ou talento para deixar a nossa marca, fazer por nós mesmos, pelos outros e para o Senhor, algo que ninguém mais pode fazer. Às vezes, até achamos que morreremos sem conseguir isso.
Mas, ao longo da experiência e do amadurecimento pessoal, passamos a orar para termos a coragem, humildade e compaixão para descobrir qual é essa tarefa e fazê-la. Só então, começamos a viver um dia de cada vez, tentando ser a presença de Yeshua em tudo e à tudo que encontramos no dia a dia, apesar de frequentemente falharmos em nosso ensejo.
Todavia, por sermos todos diferentes, cada um de nós é chamado a algo que ninguém mais pode fazer. E não precisamos tentar ser desiguais! Por isso, o Senhor chama cada pessoa para uma missão única. Nosso trabalho vem do coração, único e distintamente nosso! E a principal das missões é sermos bons filhos, irmãos, genitores, amigos, empregados, patrões e servos da verdade. E buscar doar genuinamente, mais do que receber! Não se preocupando tanto com o que temos que fazer, mas considerar o que somos. Se formos justos, nossas ações serão justas, sem colocar religiosidade em fazer, mas, colocar a virtude no ser, pois as obras não nos santificam. Devemos significar as obras.
Como nos legou Mateus, (7: 13-14), “Entre pelo portão estreito, pois a estrada que leva à perdição é larga e espaçosa, e muitos a seguem; mas é um portão estreito e um caminho difícil que leva à vida, e poucos o encontram”.
Em grego, a palavra “espaçoso”, também significa "para amanhã". Quando pensamos mais analiticamente sobre o termo “amanhã”, entendemos que é o dia mais aberto e espaçoso de todos! O amanhã é ilimitado, porque existe apenas no pensamento e podemos pensar e imaginar mil coisas, simultaneamente, até salvar o mundo amanhã! Na verdade, podemos fazer apenas uma coisa de cada vez, porque a realidade é hoje, pois, em comparação com “amanhã”, parece muito estreito e comum, um "portão estreito e uma estrada difícil". Demais, a ênfase em tudo isso está no comum, pois, a vontade do Senhor por nós não é revelada por algum cálculo obscuro, mas, pela nossa fidelidade às coisas comuns de todos os dias.
Porque a vontade do Senhor para nós precisa ser uma missão que precisamos descobrir? Por que não deveria haver uma série de tarefas, dia após dia, que não somam um padrão discernível, com outro nome para um novo propósito? E por que deveria ter um nome para significar o nosso dom inerente? Se buscarmos ser diferentes dos outros, mostramos que temos medo de ser iguais, ao mesmo tempo que temos medo de ser diferentes. Não precisamos tentar ser diferentes, pois, somos diferentes, Não precisamos tentar ser iguais, porque somos iguais. Somos simplesmente comuns e fazemos as coisas que surgem em nosso caminho.
É nisto que importa a nossa coragem, humildade e compaixão, que não precisam ser desperdiçadas no esforço e angústia em encontrar uma razão, achar o talento e a profissão única que nos espera. Podemos caminhar a estrada e usar essas virtudes no presente, que é capaz de absorver tudo o que colocamos nele. Se fracassarmos, usemos o ocorrido como uma lição que mostre a diferença entre nossas ilusões e a realidade.