Silêncios

Quantos sonhos ela teve

Quantos momentos esteve a beira de fazer uma loucura

Desespero, medo, até a morte via a sua frente

Quisera desesperadamente por um fim em tudo...

Sentada na velha cadeira, tentava ocupar a mente

naquela casa velha

Muitas lágrimas derramou escondendo de seus filhos o que sentia

Quantas vezes não viu passar aquele filme onde ela matava

aquele monstro

A casa velha escondia segredos, fantasmas e ninguém imaginava

Ela tinha tanto medo, seus filhos não tinham vida

todos viviam aquele terror do que poderia acontecer

Todos pagaram muito caro,cada um carregando suas dores e traumas

E nos pés daquelas árvores podiá-se sonhar com uma vida melhor

Não houve heroínas, nem covardes

Houve uma família sofrendo, sangrando

e sem falar a ninguém

O carrasco existiu, fez que penassem até o fim

Mas o carrasco um dia também foi vítima, sofreu,

mesmo assim ele não aprendeu nada

Essa pobre mulher, essa mãe desesperada e seus filhos

pagaram tão caro, muito caro pelo seus silêncios.

Ela é forte, conseguiu vencer, e merecidamente hoje é

uma mulher feliz

Mesmo diante da covardia de todos, se avaliar, todos com

tudo o que viveram 'foram fortes', mas deixou sequelas

sim, todos ficaram com traumas, angústias, psicologicamente

com muitos problemas...

Hoje adultos, cada um vive sua vida como conseguem viver.

O silencio muitas vezes é um inimigo, pois calamos nossas dores,

nossos fantasmas e quantos sofrem assim até o resto da vida.

Aquela casa velha, aquela cadeira, aquelas paredes frias

até mesmo as árvores teriam muito a contar...

Isabel Tanis
Enviado por Isabel Tanis em 08/02/2020
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