Ouroborus

"O que nos faz optar por uma coisa em detrimento de outra? Eu gostaria de ter as respostas, talvez assim, eu olhasse menos para os riscos. Entretanto, vejo as escolhas, como paradoxos vitais. Se existem, precisamos delas. Quem não as faz, afirma seu estado de inércia diante do todo e qualquer pensador de esquina como eu sabe, o todo é movimento. Suponho que muitas vezes, dizemos sim querendo dizer não e dizemos não querendo dizer sim. Somos reféns das nossas escolhas, estejam elas certas ou erradas. De um lado o dedo apontando pra o que não vê, do outro um pedido sem vergonha e o bom senso passando lá longe. 

É preferível uma vida de aventura, cheia de tentativas e erros do que viver estagnado pela medíocridade. Por outro lado, me delicio vivendo aventuras mil, cá dentro de mim. No leito se minha subjetividade. Já não fico perplexo ao me deparar com escolhas sem alma, que visam priorizar o resultado imediato. Cuidar do sintoma é sempre o caminho mais fácil. Não me assusta que as máscaras e encaixotamentos das escolhas da terceira dimensão sejam antes de tudo uma expressão de autoengano. Uma negação do sonho Coletivo. Uso e abuso de palavras apelativamente usadas para expressar valores que sequer compreendemos. Tal qual o todo, é complexo também, ser animal humano. E quando me desgarrei do todo, lá no incognoscível, para viver uma experiência na terceira dimensão, assumi a responsabilidade de reaver a minha reintegração. Assumi o risco, aventurei-me. E descobri, Eu sou o todo. Somos. E o todo, ele somente ele me faz posse."

Felipe Paes Monteiro
Enviado por Felipe Paes Monteiro em 05/02/2020
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