PERPETUIDADE
Temos uma quantidade limitada de tempo, indivisível, imensurável e irrevelável, para fazer e obter, que muitos de nós desperdiçamos sem se dar conta das estações de nossa existência sob o sol, pois, tempo perdido nunca é mais achado.
Privilegiados pela temporalidade única de sermos no presente, que não é meramente parte do tempo, mas um intervalo atemporal sem duração, nos remete a pensar na complexidade do tempo em termos dos problemas do movimento e mudanças em relação à afirmação de que é apenas o presente que existe, ponderando sobre a relação entre tempo e eternidade, aceitando que o tempo é um fato da experiência cotidiana, e, que há um contraste entre a nossa natureza temporal com a natureza eterna de Deus, nos permitindo perceber as questões que envolvem a redução do tempo na mente e a noção do alcance da mente, nos possibilitando uma aproximação limitada do entendimento entre a experiência humana do tempo e a eternidade divina em termos da elevação mística do estado temporal do homem à eternidade eterna de Deus.
Tais propósitos nos dão a sensação de praticamente fazermos as coisas, quando nada fazemos além de falar sobre elas, pois, tudo o que há existe agora, independente de nossa tendência de ocultar isso de nós mesmos pela maneira como dizemos as coisas.
Erroneamente, nos contentamos com algo que achamos que sabemos, o eterno, uma vida que dura para sempre, contudo, uma concepção que está além da nossa imaginação, pois, a eternidade não é tempo: não tem duração. Porque o tempo é em si mesmo.
O próprio processo de pensamento cria passado e futuro, cria tempo. Mas, o amanhã é criado pela mente, como uma maneira de adiar hoje, invalidando todos os planos que propomos fazer amanhã.
O tempo se estende sem parar, e a eternidade não é tempo: não tem duração, é um conceito! Se o pensamento claro pudesse estabelecer nossos limites, o calculismo poderia viver nossa vida melhor do que nós.
Entretanto, somos seres humanos com intuição, paixão e sentimento conhecendo a vida por dentro, enquanto o pensamento racional tenta expulsar a consciência. Contudo, perguntar sobre o tempo é a mesma pergunta sobre a existência de Deus. Uma pergunta é uma abertura para entender a dúvida. Uma resposta é um vislumbre da certeza. A busca é contínua por Deus.
O que dizer sobre haver uma próxima vida, se a vida está sempre no presente, nunca no futuro? Pois, o futuro não é uma vida, é apenas um pensamento. Não existe dia depois de hoje! Todo dia que vem é hoje!
Não há nada errado com a mente racional em si mesma, é um dos presentes de Deus para nós. As razões podem ser coisas estranhas, pois, a mente é inteligente e pode espontaneamente encontrar motivos para fazer o oposto, mas tem o hábito de se considerar a única fonte de sabedoria tentando impor seus princípios em nós, nos fazendo sentir divididos e relutantes, pois, parte de nós, em seu arbítrio semipleno, quer ponderar. Essa é a raiz de toda essa resistência.
Assim, como um ladrão, levando mais do que traz, o tempo é mais do que um instante sempre presente e sem duração. Pois, não pode ser reduzido a algo externo, por ser um alongamento do alcance do pensamento, nos limitando a medir o tempo que passa, mas não o tempo passado.