Pensamento irreflexivamente binário versus complexidade de múltiplas perspectivas (um pouco mais)

Somos todos iguais??

Essencialmente falando, sim. Pela perspectiva de essência, isto é, das identidades primárias ou universais, somos todos indivíduos e vidas, condenados ao mesmo destino final.

Superficialmente falando, não, porque apresentamos diferenças em relação às nossas identidades periféricas: traços físicos, biológicos e suas reflexões culturais, ideológicas e/ou intelectuais.

Alguns são melhores que outros??

Em termos de essência, não, justamente pelo que já foi falado. Em termos de superfície, sim, porque existem critérios. Por exemplo, em relação à estatura, existem altos, médios e baixos a partir desses critérios.

Exemplo histórico

Comunismo "real" versus nazismo

Um exemplo de como que a complexidade dos eventos históricos pode empalidecer interpretações ideológicamente binárias é o embate que ocorreu entre nazistas e comunistas, durante a segunda guerra mundial, em que um vilão, Josef Stálin, traidor da revolução russa e ditador facínora, derrotou o espectro do nazismo e seu líder máximo, Adolf Hitler. No entanto, para preguiçosos intelectuais ou manipuladores despudorados, o que importa é decidir qual dos times, estalinistas ou hitleristas, são os mocinhos e os vilões. Uma narrativa simplória e equivocada se sobrepondo à sobriedade dos fatos que mostram diversidade de qualidade moral (exemplo: "Hitler" acabou com o desemprego na Alemanha causado pela crise de 29, mas promoveu múltiplos genocídios contra inocentes) ainda que também seja perfeitamente possível e até esperado chegarmos à conclusões binárias corretas (exemplo: apesar de algumas ações moralmente acertadas, a avalanche de podridão praticada pelos nazistas, capitaneados por Hitler, os condena totalmente... e o mesmo em relação aos estalinistas).