PÉ DE PANO E OUTRAS HISTÓRIAS
Eu vi um passarinho verde e deve ser por isso que meus olhos estão brilhando. Ou, quem sabe, porque concluí meu livro literário de Janeiro (o mês que não queria terminar) "Terra Sonâmbula" do Mia Couto, que vou classificar apenas como _ uma interessante experiência com a linguagem. E, se você quiser saber o que isso significa, lembre-se de Grande Sertão Veredas, do nosso Guimarães Rosa. Se não leu, leia. Depois, leia Mia Couto e então vai entender de qual experiência estou tratando. Por outro lado, talvez a minha alegria sem riso, sejam as lembranças de minha mãe trazidas pelos meus sobrinhos. O jeito que ela tinha de acordar o dia sem acordar a gente e, por isso, o apelido "pé de pano". Estou na casa da minha irmã e percebi que meus sobrinhos são tão silenciosos quanto minha mãe era. Gosto disso: acordar sem atropelos, ouvindo a vida amanhecendo lá fora. Amanheci em fevereiro e o dia acordou ensolarado! Se estivesse chuvoso também estaria lindo. Mas a mistura fevereiro, passarinho verde e silêncio me pareceu muito auspiciosa. E já ouso dizer que sinto uma serendipidade no ar! Que seja bem-vindo aquele que vem para o bem. Eu abraço a vida sem mágoa ou despedida! Feliz fevereiro o ano inteiro!
INSTAGRAM: @adelaidepaula