Uma qualquer
Me pergunto o que leva um alguém a meramente chamar-se de “qualquer”. É comum nas discussões de casais as mulheres falarem “não me trate como uma qualquer” ou “eu não sou uma qualquer”. As mulheres, em geral, têm uma necessidade inexorável de sentirem-se únicas e/ou especiais para seus parceiros. Têm que acreditar que aquele sentimento que eles tem um para com o outro jamais foi sentido antes. Mas e quando a própria moça se chama de qualquer? O que pensar?
A verdade é que isso é como a beleza, sabe? Depende dos olhos de quem vê. Qual o problema em ser uma “qualquer” e o que isso significa? É como escrevem “sem” com “s” ou escrever “cem” com “c”. Vês a diferença? Faz diferença?
Se denominar uma “qualquer” pode ser apenas uma forma de se vê exatamente como todas, complacente com o sentimento alheio, empatia. Também pode significar que você perdeu o brio, mas nisso não quero acreditar.
Embora seja um mar de erros, uma característica minha que eu mesmo admiro muito é a meu amor e empatia por todos até estes me provem o contrário. Sempre tenho a primordial atitude de vê o que há de melhor em cada um e aceita-los sem julgamento. Se vou continuar assim ou me tornar uma pessoa relativamente ruim é ela (a pessoa) quem vai dizer. É aí que entra a mágica do espelho que ninguém vê. Ou meramente da negação da própria imagem no espelho.
No fim, não me importo de vê ninguém como uma “qualquer” pois qualquer “qualquer” pra mim é muito importante e especial, com suas próprias características. Mas me importo que você se veja como uma qualquer, pois sem sombra de dúvidas, isso você não é.
31/01/2020