O preço alto de se viver
É extremamente custoso desfazer-se da vida, assim como disse Emil Cioran e não tenho dúvidas a esse respeito. O sentimento oceânico, descrito por um amigo de Freud e citado por esse último em O mal-estar na civilização, a meu ver, é o que justifica esse ato. De tal forma nos habituamos a viver que, vendo-se indissociavelmente conectado a esse mundo, – seja religiosamente ou não – dele não conseguimos nos separar com facilidade. Não é à toa que Camus escreveu que primeiro nos acostumamos a viver e depois a pensar. Enfim, de fato, nos habituamos a tudo. Já dizia Dostoiévski...