A última peça
Homem, criatura incompleta
Sempre atrás do que lhe falta,
se ao menos soubesse…
Segue usando outros, como roupas
Desconhecendo que, a cada uso,
deixa parte do seu ser,
E com o passar dos anos,
torna-se mais incompleto.
Quando se cansa das repetições, “das perdas”
começa a ensinar os pequenos
o caminho que nunca soube.
Ser estranho,
comemora a filha pudorosa e o filho promiscuo,
Como gladiadores num feroz combate,
Usando sempre o jargão,
“ O mundo é assim ”
Como se fosse determinado.
Pobre coitado, não sabes que sois Deus,
sobrevivendo dos vícios da matéria,
e, ao chegar ao fim,
quando pernas e braços, já não lhe atendem,
alguns percebem,
que correram a vida toda como um gato,
atrás do flash do laser,
Então sim, começam a ensinar o correto.
O que não fazer.