Viver a Liberdade

E foste submetido por elas. Cercado pelos medos. Calaste ante injustiça, olhaste para outro lado, quando teu irmão sofria; quando teus filhos eram entregues a sua ganância... Nunca ousaste cruzar o rio, nem remar a contra corrente… Agora estás aqui vazio de projeto: o no do teu estômago reflete a comida, comprada nos saldos, que apenas digeres. E comes da sua mão o produto das tuas doenças, porque te disseram que tinhas que abandonar as terras, em que teus pés fincavam a ideia da semente. E perdeste o direito a alimentar-te, e perdeste o direito a fazer tua própria roupa, a proteger tua prole com ela. E perdeste o direito a andar erguido, sem temer, deles sua sombra.

Agora pela sua ordem recebes teu salário cego; pela sua ordenança pagas teu impostos néscios e com ele o direito a um voto, supostamente livre de ingerências. Se conceder-te optam, aquele sonho, de tu ser o depositário da lei do soberano governo, que tece acima do povo, a aranha a favor dos poderosos… Mas não te preocupes, se algum dia a chama ígnea prender no teu coração interno – todas tuas cadeias deixaram de aparentar ferro… Desperta: dentro da tua alma, podes procurar a senda. Aquela, que quando a descobres, te ensina o caminho regresso – a teu poder imortal presente– Aquele que contem a redenção de todo teu sofrimento. Precisamente essa dor foi, a alavanca que te trouxe à meta… Paciência, tudo há de chegar – mas pelo de agora não permitas que ninguém invente derrotas em teu livre alento.

Sonhas a Liberdade e sabes que está chegando: rema marinheiro, rema nas aguas turvas da tua mente cansada, pronto, depois do nevoeiro, encontrar-ás a primeira praia, dai terás que subir o cimo espiralado, perto das estrelas. Depois deste cimo, milhares de cumes se erguem. Lembra-te…