DISCERNIMENTO
Desde sempre, a apreensão antecipando a ação, nos faz ponderar o desfecho, temporizando o ato. Pois, nosso coração não é sujeito pela razão, mas pela imaginação através de impressões diretas da evidência de acontecimentos e referências pela história e descrição que nos influencia, motiva e subjuga, nos condicionando a viver e perecer em anuência com o dogma, quando não deveríamos ser vítimas de uma conclusão.
Entretanto, frequentemente nos encontramos atribulados com consequências aparentemente inevitáveis hoje, que resultam de decisões que pareciam lógicas no passado, cuja justificativa sobreviveu ao tempo e se fez presente, para nos atormentar agora, nos mantendo constrito aos arranjos da escolha.
Em lugar de olharmos para cada situação em seus próprios termos, dependemos de resolver problemas usando soluções que funcionavam no passado, pois, quando ponderamos avidamente sobre as coisas, as definições moderam a relevância da questão e nos isenta da dependência de responsabilidade total.
O próprio resultado da sucessão imprevista dos eventos, nos motiva a perceber os problemas isolando e avaliando suas partes constituintes, apesar de as questões resultantes em que muitos elementos diferentes interagem, não possam ser entendidas dessa maneira, pois, pode gerar um novo entendimento que supere a integralidade das partes, devido à relação entre o raciocínio e a consciência, porque nosso comportamento é justificado pelo contexto, e a distinção entre a impressão e o agrado.
Quando atuamos com equilíbrio, o resultado que experimentamos é proporcional à natureza de nosso intento. Assim, talvez alcancemos a estabilidade entre o que desejamos e o que precisamos aceitando o que temos.