Onde está o passado?
Será que pelas ruas onde andei ainda resta algo de mim?
Fragmentos do que fui em algum canto qualquer.
Os cantos, quantos fragmentos podem se acumular naqueles espaços minúsculos e esquecidos?
Nas ruas que andei com a minha avó, penso em quanto de nós duas ainda existe por lá.
A voz do que já foi dito, ecoa nas nossas mentes, possível também é, que esteja solto pelos ares, povoando a brisa que sopra num rosto saudoso, que espera viver só mais um pouco o que já foi vivido.
Parece que o céu modela suas nuvens enquanto nos observa, certamente ele lembra daquele dia na praia, daquela ida à escola preocupada com a prova de matemática, o caminho para a maternidade no nascimento do primeiro filho, dos olhos castanhos admirando o seu azul magnífico, das lágrimas derramadas no dia em que partiu um amado. Essas palavras podem parecer belas, no entanto,
considere esse recado, viver no passado te acorrenta ao que não existe, impedindo de ir em frente, minutos preciosos são desperdiçados nesses devaneios. Faça visitas rápidas ao passado, mas nunca permaneça mais do que o necessário.