## Encarcerados ##
Sobre travesseiro
concluo a partição dos elos, estiagens longas,
manhãs infinitas.
Sobreviventes de repetidos e mal entoados cantos.
Até quando ?
Cobrir desencantos com vazias amenidades, completando as horas dos dias ou com solenidades enganadoras,
ilusões de submundo.
As mãos estendidas revelam o crime perfeito.
Cabeças servidas, risos parcos entre lágrimas inocentes.
Mundo doente.
Andarilhos vivendo na clandestinidade,
felizes em suas poucas vaidades,
sob as nuvens das
conspirações,
aguardando as tempestades.
Dignidade morta,
fora de órbita, havendo quem ria da tirania, exibindo os dentes diante da forca.
Marcha louca de cegos miseráveis.
Haverá redenção?
(Taciana Valença)