PORVIR

Não é produtivo que o centro da cultura seja fundamentado em um sistema fechado, num processo de entrada e saída de documentários narrativos sem nenhum contato empírico com o mundo intermediário, pois, a história ilumina nossas origens nos impedindo de reinventar a roda.

Entretanto, mesmo no início do século XXI, um período de grande turbulência intelectual e avanço científico, a voz autoritária do estabelecimento acadêmico continua sendo o componente tradicional de humanidades da intelectualidade da literatura e arte, deixando de lado a ciência no currículo de graduação em artes liberais, mantendo à margem do mundo racional as ferramentas de investigação humanística da ciência e tecnologia. Isso explica porque os críticos de arte pouco sabem sobre percepção visual.

Temos a capacidade de identificar e retirar referências das coisas, discernindo padrões de indícios de informações deduzindo as consequências legítimas de um contexto, até mesmo padronizá-lo à vista do juízo como banais e derivados, ou, uma combinação notável e original.

Como o ser humano se acomoda entre o legado mental social interpretativo clássico e o entendimento atual dos fatos científicos da tecnologia contemporânea, a esfera digital, com pesquisas de ponta em física, biologia e neurociência entre outros segmentos em estudo, em transição entre saber sobre si mesmo à partir de pesquisas humanísticas historicamente orientadas face à face com o sofisticado avanço científico?

A epistemologia teórica corrente, o novo realismo, em seu postulado refletivo sobre o conjunto abrangendo a natureza, estágios e limites do conhecimento humano que determina as relações que se estabelecem entre o sujeito observador e o objeto inanimado, considerados nas trajetórias evolutivas em seus padrões estruturais nas suas relações com a sociedade e a história, discorda do objeto central da filosofia que incorpora o ser humano e sua posição no universo irracional.

Estamos no meio de uma reavaliação contínua de nossa compreensão do significado de ser humano, para redefinir a humanidade, algo que influenciará profundamente nosso futuro, implicando em uma mudança em quem somos.

Darwin, alegando a perspectiva da evolução que, supostamente admite apreciar a importância de outras espécies e considerar nosso lugar no sistema como um todo, acusando a crença tradicional de ser um composto de falsidades e, supostamente, trivializando mitos, tentou destronar o criacionismo e o ser onisciente filho da divindade, especulando sobre uma teoria que só teria alguma plausibilidade de seleção e evolução após a Criação, a fim de mudar os princípios do legado tradicional sublime da história humana, afirmando que não somos o produto do planejamento divino, mas, que viemos primariamente dos vermes, assim criando uma interminável discussão existencial sobre a divisão entre humano e animal ser absoluta.

Todavia, não podemos impedir a dualidade do progresso do conhecimento com suas manifestações, às vezes, antagônicas e dessemelhantes em forma, essência, existência e aparente realidade, nem suas aplicações, intervenções e, também, distorções.

Num futuro próximo, dado ao contínuo avanço tecnológico com a infraestrutura computacional atual infiltrada em todos os elementos da vida cotidiana, será impossível deslembrar, e a nossa capacidade de lembrar tudo o que percebemos, o que foi e não foi será impossível esquecer, e mais difícil de lembrar. Viveremos com a presença computacional generalizada, e a privacidade desaparecerá. Contudo, mudar o significado de lembrar muda o que significa ser!

Entretanto, por trás de uma adaptação rápida que torna as mudanças parecerem graduais, temos um senso inato de nós mesmos muito flexível, visível em nosso empreendimento em aprender e inventar, tornando as ferramentas que usamos em extensões familiares de nossos corpos e mentes, assim, nos encaminhando para uma trajetória futura que alterará completamente a experiência humana e nossa própria natureza.

Quem sabe, uma acentuada augamentação contrapondo antigos conceitos e apresentando novos paradigmas que mudarão o mundo onde as pessoas gravarão e compartilharão suas informações sensoriais com o mundo, e o mundo compartilhará tais experiências, a telepatia possibilitará às pessoas e todo o mundo externo e interno serem alcançados com nossos pensamentos, os recordes em discos rígidos serão substituídos em memória em estado sólido, e a nanotecnologia desenvolverá circuitos elétricos com extensões ou tamanhos removendo a barreira mecânica à miniaturização, e o poder computacional reconhecerá nossos padrões de pensamento ativos e os traduzirá em palavras com imagens e ações transmissíveis, com um avanço computacional que substituirá o atual EEG por magnetoencefalografia e ressonância magnética funcional. É, ainda, uma fantasia distante que, se ocorrer vai mudar o que significa ser humano. No entanto, atualmente muitas pessoas se ausentam intelectualmente de sua materialidade para os mundos virtuais compartilhando o conhecimento de maneira instantânea, socializando e ideando significados e construções virtuais.

Porém, apesar de a inteligência sintética ser possível, lenta e diferente o suficiente para que muitos não a reconheçam de imediato, a singularidade Tecnológica, apesar de relativamente limitada, já funciona como uma influência cultural e um fator consequente no processo social. Porém, nunca um aparato artificial será habilitado além da imitação e reações computacionais que equivalham à consciência humana real!

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 13/01/2020
Reeditado em 14/01/2020
Código do texto: T6840603
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