Esperar pelo o amor
Creio que não somente eu, mas todo mundo já duvidou do amor em algum momento. É perfeitamente normal. Porque temos a sensação, mesmo se escrevendo inúmeros livros, compondo várias músicas, falando “eu te amo”, que o amor verdadeiro virou um artigo de luxo. Parece que estamos desaprendendo amar.
Por isso, não me julgue por eu ser um pouco cética sobre o amor. Eu tenho minhas dúvidas se o amor ainda existe em nossos dias. Como leitora assídua e uma escritora aprendiz, eu convivo muito com o tema do amor povoando meus pensamentos. Todavia, vez ou outra surge uma breve incredulidade. A verdade é que: sim, eu acredito no amor, só não saio por aí gritando que no fundo eu sou uma romântica.
De uns tempos para cá, eu tenho pensando muito sobre isso. Estou me abrindo as possibilidades. Estou redescobrindo a crença de que existe um amor bonito me aguardando. Cafona, eu sei.
Recentemente, li o novo livro do Zack Magiezi, Para o amor que vai chegar, e fiquei encantada. Nossa! Esse livro é de uma sensibilidade latente. Fala sobre como esperar o amor é um processo doloroso e gratificante. Devo dizer que não sabia que estava esperando um amor, mas inconscientemente, estou sim aguardando.
Parafraseando-o, esperar um amor realmente é fazer uma aposta muito alta na loteria da insanidade. Porque o amor desafia lógicas e nos faz perder o controle. O amor não tem definição. O amor é bonito. Jane Austen já havia dito que somos todos tolos no amor. Esperar pelo amor pode parecer uma grande loucura, mas é a loucura mais racional que faremos.
O amor nos tira da zona de conforto. E isso pode trazer medo. Eu tenho medo. Criei em volta de mim uma redoma, onde eu só sinto aquilo que posso controlar. No entanto, como se controla o amor? Não tem como. O amor é como as batidas involuntárias do coração, por isso, nos sentimos vivos ao amar, pois amar é viver intensamente e da forma mais humana que há.
Zack nos traz uma definição interessante do que é o amor: “Acho que o amor é algo que a gente cultiva na gente e espera alguém para presentear. E torce para a pessoa saber cuidar direito”. O amor é isso mesmo. É a entrega daquilo que temos de melhor para quem nos despertou tão fantástico sentimento. Contudo, nem todos sabem cuidar bem disso. Não sem razão, vivemos em uma onda de incredulidade amorosa, pois é mais fácil acreditar que o amor não existe do que se permitir ser tão vulnerável ao amar alguém.
O amor faz parte do ciclo da vida. Não podemos ter medo dele. O amor vale a espera, seja ela por quanto tempo for.