Movimento de viver
Só queria saber da existência da beleza do mundo
Os sopros de vento que de longe move flores e folhas
O frescor do horizonte que por nuvens viajam
As vezes brancas, cinzas ou escuras
O mundo percorre
Guardam a chuva e o trovão
Que em algum lugar para e descarrega
Quem fica embaixo
Aguarda passar
Embaixo das cobertas ou com uma xícara de chá
Também na porta de uma estação de trêm
Ou na rua a se banhar
Alegres são os cães que em matilha brincam
Tristes os que sozinhos sofrem com o abandono
Mendigos mudam de lugar
Esperando uma moeda nova ganhar
Quem sabe o cão triste veja nesse mendigo
Um amigo com um lar
Nisso observo que tudo está em movimento
Uma pessoa, um animal ou a natureza
Assim como o pensamento que aparece
E do nada paramos e tentamos relembrar
Puxa, esqueci
Lá foi mais um juízo que se foi com o vento
Quem sabe foi vago
O que se passa na mente dos outros?
São tormentas, poemas e sentenças sobre o cotidiano?
As belezas estão nisso
Não que a tristeza alheia seja bela
Mas cada um compensa ela como seu jeito de ser
Se une a um com outro e assim se complementa
Assim como o mendigo e o cachorro
Que em muitas paisagens são comuns
Mas complementam o nosso viver
Fazendo entender que é assim que funciona
O sentido de sobreviver.