QUEM É NO SER

Os conjuntos de intuições que estão conosco desde o nascimento e nos trazem à espessura do momento na soma de experiências, sentimentos e sensações da maneira mais próxima da propriedade essencial de nos sentir estar conscientes de nosso corpo, nosso interior pensante e o nosso lugar no universo, nos realizam como seres racionais.

A experiência de estar consciente afeta a nossa atitude em relação à pessoa que pensamos ser, renovando a apreciação de nós mesmos e de outras pessoas pelas propriedades das sensações qualitativas que observamos em nós, originadas nos sentimentos conscientes intencionais dos quais participamos.

Entretanto, precisamos tratar de entender o Eu, o enigma da consciência, como um problema empírico e a mais fundamental de todas as perguntas, antes de lidar com o problema mais simples das qualidades subjetivas das experiências mentais conscientes.

Consequentemente, devemos nos acautelar sobre gastar nossa vida buscando apurar paradigmas experimentais de significado estatístico, em vez de pautar novos interesses mais tangentes, pois, o Eu não é uma coisa, não é nada. Demais, a nossa consciência é funcionalmente independente dos vários egos, que não passam de uma construção cultural, porque a nossa consciência não é a ampliação postulada da experiência e de outras mentes. Mas, viver é a contínua busca pela conexão entre a consciência e o Eu.

Temos nossos corpos e cérebros. Também, temos nossas mentes. Vemos, ouvimos, falamos e sentimos. Também, pensamos, planejamos e agimos. Estamos conscientes! Na vivência interior de nossa mente sentimos o nosso ser através do pensamento, do sentimento e a experiência, que representa o sentido central para nossa concepção de nós mesmos, assim nos modelando como tendo uma mente com a qual sabemos o que acontece no sentido da perspectiva de primeira pessoa, e na interação com outras pessoas e o mundo.

Contudo, além de nossa capacidade de inteligência individual, nossa comunicação com as pessoas e o mundo nos leva à socialização da inteligência, nos dando a habilidade cooperativa como ser global, pois, a nossa inteligência individual, por si só, não nos torna eficientes sem a inclusão da inteligência coletiva.

Não somos meramente um arranjo de células, pois nossa mente está no meio entre o sentido e o conhecimento transcendendo o materialismo e o momento, negando a objetividade das reivindicações do conhecimento humano e da ciência, e os vieses cognitivos relativos ao saber, a percepção, memória e o raciocínio.

Sem saber o resultado da narrativa da vida humana, passamos nossa existência perguntando de onde o universo veio, de onde a vida veio, de onde viemos e para onde

vamos . Entre as várias teorias, prevalecem duas teorias globais e um dos últimos problemas remanescentes na ciência, que é o enigma da consciência dividido pelas qualidades subjetivas das experiências mentais conscientes e pelo problema do eu.

Entretanto, a busca não se resume a entidade humana, mas à identidade dentro dessa entidade que pode compreender quase tudo, resumindo tudo o que temos. Mas, não temos percepção disso, apesar de pensarmos que estamos ocupando a realidade, pois é o nosso cérebro que nos diz isso. Não podemos saber quem somos devido à falta do acesso introspectivo nos impedir de ver a verdade de nossas próprias mentes e no comportamento.

A consciência é um fragmento da inteligência humana, e o único aspecto que experimentamos e passamos a acreditar que existe. Todavia, os aspectos habituais, automáticos e condicionados de nossos pensamentos, sentimentos e comportamento, que compõem grande parte de quem somos, operam amplamente sem deliberação ou reconhecimento consciente, porque não temos ideia de que nossas percepções e julgamentos sejam incorretos, mesmo quando o são. Pois, não sabemos o que nos motiva, embora tenhamos a certeza de que sabemos exatamente por que fazemos as coisas que fazemos. Podemos observar o quanto nosso comportamento é muitas vezes discordante de nossas próprias intenções e objetivos conscientes, não apenas de padrões objetivos ou de outras pessoas.

Talvez um dia entendamos qual é a relação entre estar vivo e ter uma mente, pois, somos dotados de mecanismos de sobrevivência individuais para desenvolver um eu consciente que tanto aprecia a sua existência quanto se entende como um fim em si mesmo, garantindo seu conforto, segurança e o auto desenvolvimento através da conscientização do crescimento espiritual, do simbolismo, da aprendizagem e da criatividade valorizando a mente e o corpo.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 05/01/2020
Reeditado em 24/09/2023
Código do texto: T6834802
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.