MESTRE
MESTRE
Depois de certo tempo, quando o tempo já nos escapa por entre os dedos, esse professor rígido e implacável que jamais volta atrás, deixa seu rastro de saber gravado à ponta de lança em nossa carne macia. O sangue escorre feito um rio e sua marca ensina.
Aprendemos a ser mais tolerantes, a aceitar sem julgar os erros do próximo, ao contrário, tais erros nos fazem sorrir em compreensão por nos lembrarmos de já tê-los cometido outrora, quando o tempo ainda era, de certa forma, condescendente pela nossa juventude e pouco conhecimento das regras do bem viver.
Não é qualquer barulho de porta que se abre ou se fecha fazendo ranger os dentes das dobradiças que nos atrai em curiosidade ou nos aflige em dúvidas e constrangimentos.
Ah, o mestre tempo nos mostra em HD como éramos ingênuos tentando golpear o ar; falando às pedras e jogando areia ao vento. Eram os nossos próprios olhos os atingidos e nossa cabeça carregava uma crosta de terra que também invadia nossa boca e mastigávamos a poeira. Só de lembrar já me dá arrepio.