Majestoso
O passar do tempo, esse ser fugaz, deixa-me perplexo. Pensativo. Ah! tempo, jogas tudo no vácuo.
A nada se prende. Ninguém o detém. É senhor de si mesmo. A ninguém obedece, jamais será escravo ou súdito de alguém. Nunca.
Não faz caso das vaidades, das paixões, orgulhos, prepotências, invejas, loucuras, das riquezas.
Procuro grandemente entendê-lo, dominá-lo. E nada. Tento mantê-lo sob controle. Que miserável ilusão!
Invisível, intocável, majestoso. Aniquila a tudo e a todos. Vai aos céus, desce aos infernos. Caminha por sobre oceanos.
Os poderosos, os fracos, os tiranos, os loucos, os normais – todos estão sob seu jugo.
Me deixas confundido, imobilizado, pequeno, inerte.
Ó tempo, a se embrenhar no espaço sideral. Invade os céus, os abismos.
Segue imune, impune, nas manhãs.
A ninguém espera. Não tem alma, compaixão. Tempo, até quando reinarás?