OUTROS TEMPOS VIVIDOS
Pertenço a um passado perfeito, em que o tempo não me dá o direito de retornar, reviver tudo que passou sem perceber o que deixei de aproveitar.
Meu sorriso era puro, totalmente imaturo pela simplicidade que vivia. Ao dar um bom dia para um desconhecido, atitude tão normal que aos dias de hoje passam desapercebidos. Podiamos sentar ao portão em companhia de irmãos, vizinhos e não se sentir tão sozinho. Existia união entre as pessoas, não era à toa que a gratidão prevalecia!
Lembro-me que as saídas com amigos, namoradas eram constantes, voltávamos na madrugada ou amanhecer, e sem ter o que fazer a conversa se prolongava na esquina.
Éramos meninos e meninas ainda adolescentes, mas admiráveis seres humanos decentes, competentes de tuas ações e compromissos não nos faltavam. Juízo perfeito e respeito com o próximo.
Naquele tempo vivíamos com que tinhamos de melhor, não interessava o que veria ao redor, se a roupa do outro era de marca, e não invejava o tênis mais caro, era algo raro isso na época.
Pensamos em adquirir caráter, personalidade, uma verdadeira amizade e amor no coração. Prevalecia à compaixão ao ver um amigo passar necessidade e termos a liberdade em dividir nosso pão. Seja no recreio da escola, depois da derrota ou vitória em um jogo de bola.
Esses momentos nos faziam crescer, amadurecer como pessoas realizadas. São tantas histórias contadas, que precisaríamos de outras vidas para reviver rudo isso.
Hoje nos restam apenas a responsabilidade com nossos filhos em educar e plantar a esperança, para que se torne essa criança que existiu dentro de nós, de intensa felicidade e bondade. Não se preocupar com o futuro, não ficar em cima do muro as decisões, viver o presente, ter na mente a certeza de tuas ações, só assim o humano puro sobreviverá.
Terá uma nova concepção da razão!
Viver a verdadeira reflexão do passado, da vida, da fé justamente como ela é.
E assim por tua crença, acreditar em si mesmo, e jamais ser crucificado.