Devaneios

Ter razão sobre o que foi dito

Sobre o que falei

E aquilo que não disse

Quando me calei perante vós

E falei comigo mesmo

Não estava mais aqui

Mas continuava a existir

Perdurava como uma rocha

Que aos poucos ia se moldando

Transformando-se no infinito

No que não terá fim

Mas que vive a esmo

Perdido em seu próprio silêncio

Sozinho como aquele que vaga só

Somente com a sua própria companhia

Em busca da razão

Em busca da sabedoria

Da verdade que nunca foi dita

Que se calou todo esse tempo

No mais profundo abismo

Cai-se na realidade

Nada existira

Nada acontecera

Um leve devaneio o pertenceu

Num piscar de olhos

Volta-se ao agora

Ainda há tempo de dizer o que se quer

Akarth
Enviado por Akarth em 31/12/2019
Código do texto: T6831096
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