Doces Recordações
Me pego a pensar...
Na escola, na velha bola,
Na pipa sendo empinada, levada pelo vento,
Na bicicleta e os tombos,
Joelhos ralados, machucados...
E mesmo com dor eu me levantava
E tentava uma, duas, três... mil vezes
Se fosse preciso, até gritar bem alto:
“Eu consegui! Já posso pedalar sozinha.”
Lembro-me do carrinho de rolemã
Descendo ladeira abaixo e muitas vezes
Seu destino era um poste ou uma árvore.
Tudo era festa....
Do apelido sem maldade,
O brincar de pique-esconde, alguém gritando:
“To indo procurar...”
A timidez, medo de ser descoberta,
Da inocência da paixão sem malícia,
Do gostar de um amigo
Que nem mesmo sabia disso.
No ouvir logo pela manhã bem cedo,
A voz da mãe a chamar: "Acorda menina,
a aula não vai te esperar!"
E a voz sonolenta respondia num sussurro:
"Ah Mãe! Deixa só mais um pouquinho vai.”
Saudade... de quando sentávamos em roda,
E cada um dizia o que queria ser quando crescesse,
Imaginando um futuro tão distante.
Um queria ser médico, outro atleta, outra professora,
psicóloga, astronauta, bombeiro... enfim.
E assim vagávamos em sonhos de criança:
"Como será quando estivermos com trinta anos?"
O tempo passou e nos tornamos adultos.
Uns conseguiram e chegaram lá,
Outros partiram antes do combinado.
E cá estou eu com minhas saudades e lembranças,
Remexendo no velho baú da minha doce e eterna infância.
Não irei aqui citar nomes
mas dedico essa minha recordação
A todos que fizeram e fazem parte da minha história...
Aos meus amigos de infância.
(Saudades)