Membrana permeável
Ele não sabe que...
Eu desapareço na pessoa que eu amo.
Sou a membrana permeável.
Se eu o amo, dou tudo:
Meu dinheiro, meu tempo, meu corpo, meu cachorro e o dinheiro do meu cachorro.
Assumirei suas dívidas e projetarei em você qualidades incríveis que você nunca cultivou em si mesmo.
Darei a você tudo isso e mais...
Até ficar tão exausta e debilitada que o único modo de me recuperar...
É amando outro.
-Citação de ‘Comer, Rezar, Amar’.
Mas já paramos pra pensar no quanto isso é verdade?
No tanto que desejamos que o alvo da nossa afeição tenha todos os adjetivos dos nossos sonhos, em como projetamos ideias, quando a realidade é rejeitada, como se simplesmente não existisse.
Damos e damos, e nem conseguimos perceber que não estamos recebendo na mesma medida, porque estamos focados na próxima coisa que podemos dar... Inflando a pessoa e nos asfixiando, deixando de respirar pra dar até nosso ar...
Até que chega o momento em que você começa a perceber que não está ganhando nada, a ficha começa a cair, e você começa a cobrar, e pra quê? Vocês estão nesse padrão já tem tanto tempo que, quando você clama por mudanças, a pessoa não está disposta a sair do pedestal que você a colocou. E você começa a se ressentir. E demonstrar que está infeliz. E a pessoa começa a ver que o pedestal não brilha tanto quanto antes, e vai embora.
E quando a pessoa finalmente se livra desse ciclo de sufocamento, só conseguimos nos curar encontrando a próxima pessoa pra fazermos a mesma coisa.
Tudo de novo.