O medo segue vivo
Talvez eu ainda tenha medo. Eu nunca sei quando devo ou não me entregar por inteiro, porque sempre que o fiz, algo me machucou. E eu fiquei com medo. Medo de ser demais, e sufocar, de me entregar muito rápido, e depois a pessoa acordar e perceber que a graça se foi enquanto eu estava em claro pensando em nós. Eu ainda tenho medo, porque não sei lidar com coisas pequenas, sentimentos pequenos e nada que não seja intenso me faz bem. Eu sou intensa demais.
Eu decidi não gostar, não me apegar e viver bem sem ninguém me chamando de amor, ou querida. Mas meus planos nunca funcionam, e bom, apareceu alguém. E agora eu não quero ter medo. Mas tenho. Dói ter medo, dói sofrer por medo, principalmente por algo que não aconteceu. Eu não quero te sufocar.
Mas eu quero você, sempre que possível, eu quero você. Seu carinho que me pegou de surpresa, seu jeito de sorrir. Você sabe que te vi antes de você chegar perto, te vi de longe , mas esperei você vir até mim. E quando chegou, eu me senti como criança, acelerada, sem saber reagir. Você foi mesmo. Você realmente foi me ver. Eu nem sabia como me sentir, mas fiquei tão feliz, gritei e aproveitei como nunca. Você se mexeu por mim.
E agora ainda tenho medo. Medo de estar exagerando, correndo, te assustando. Medo de estar me machucando, medo de sempre ver e pensar demais. Não é que eu esteja com medo de você, estou com medo de mim. Medo do que eu posso estragar. Eu estrago tudo que pego. Dessa vez, espero que eu consiga cuidar. Desculpe meus exageros, perdoa meus vacilos, mas eu ainda tenho medo. Eu definitivamente não quero estragar isso.
(I'm with you - Avril Lavigne)