NEGATIVIDADE
Vivendo numa civilização galvanizada pelo pensamento de longo prazo, entendemos que a negatividade parece se apegar a nós com uma existência própria capaz de agir além da nossa vontade, recusando-se a nos deixar, ou, se conseguirmos afastá-la por um tempo, logo voltará mais intensa ainda.
Em teoria, no nível das ideias, tudo é fácil. A parte real, a mais difícil, está no chão, em carne e osso. Contudo, não devemos objetificá-la descrevendo-a dessa maneira e transformá-la num objeto. Seria melhor mudar, para reverter esse modo de pensar. Pois, antes de nos apegarmos a ela, temos de internalizar a negatividade na oficina da alma onde a transformação acontece, para onde trazemos todas as questões que nos sombria e nos infelicitam de tal maneira que, às vezes, parece não ter alívio.
Como objetificamos algo, transformando-o num 'isso? Criando momentos para analisarmos diretamente os sentimentos negativos que temos numa maneira diferente de olhar, incluindo-os, adotando-os, olhando-os de uma maneira positiva, mesmo na negatividade, afastando-os e resistindo-os, para nos separar deles. Uma retrospectiva da história apenas solidificaria os sentimentos, que não são objetos que nos ameaçam de fora, são pedaços de nós, feridas que precisam do nosso carinho. É assim que a negatividade é expulsa.