Teu Olhar ou A Nossa Primeira Noite

De longe ainda não era possível sentir aquela sensação aconchegante que hoje reconheço como parte da minha rotina. Distante, não conseguia imaginar que logo ali, sentado a mesa, estaria imerso em um clima amistoso de bem estar. Desarmado, cinco minutos depois de me aproximar, sentar e te olhar nos olhos, ouvir tua voz, e perceber o quão transparente e honesta tuas palavras soavam. Dialogava, não contigo, mas com teus olhos e de nada adiantou colocar aqueles óculos, era difícil não contemplar a visão do teu olhar. Desafiei, assim, sem notar, a tua timidez e, na noite do nosso primeiro encontro, te deixei constrangido. Docente, a mentalidade e a oralidade de um homem feito sob o invólucro de um discente. De repente vieram, livros, política, religião, todos queriam participar da conversa. De onde vinha esse Calor? Era noite! Mas do teu olhar emanava energia, e dos teus lábios, calmaria. Dali em diante dúvidas mínimas, eu já havia mergulhado no teu mar de sentimentos. Disposto, não abriria mão das minhas próximas vivências contigo.