SONHEI QUE ERA UM MENINO

Deitado num banco de cerâmica e com a cabeça encostada numa almofada eu costumo tirar um soneca no começo da tarde, isso enquanto não dar três da tarde que é a hora do lanche. Pois é, não é sempre que faço isso, mas geralmente é o que acontece.

Sabe velho como é, está sempre se lembrando do passado, da vida de jovem que levava e também dos tempos de menino, pois então, certa tarde eu sonhei que era um menino, um menino levado e que fez muitas traquinagens (qual é o menino que não fez!?). Me lembrei das brincadeiras de crianças, da simplicidade de ser um menino que gostava de brincar. Me veio a cabeça a venda de seu Inácio, no Pina, bairro daqui do Recife, onde vivi toda a minha infância, onde o tempo jamais apagará da minha memória. Lá eu ia comprar alguma coisa que minha mãe mandava, atravessava a rua (geralmente eu ia correndo), até que um dia, quando atravessava, um carro seu uma freada em cima de mim, o que me deixou assustado. Na venda perguntaram o que foi e eu fingi que não foi comigo.

Essa e outras lembranças sempre povoam a minha mente e quando acordo só sinto a baba escorrendo pelo canto da boca. Depois eu conto mais histórias (verdadeiras) sobre a minha meninice.