Felicidade egoista
É evidente que ninguém seja capaz de viver sozinho. Talvez, por isso ninguém seja capaz de ser feliz sozinho. Claro, porque precisamos do outro para ser nós mesmos. A felicidade, por si só está em considerar suficiente o necessário. Está em considerar o necessário abundante.
A felicidade é ausência de necessidade. Se eu tenho o necessário, sou feliz porque isso me basta. O poeta Mario Quintana dizia que, as vezes nós, em busca da ventura, procedemos como o avozinho infeliz: Em vão, por toda parte, procura os óculos, tendo-os na ponta do nariz!
Nesse sentido, a felicidade, as vezes a temos e nem sabemos que a possuímos. Depois que a perdemos dizemos: " eu era feliz e não sabia". Esse jargão, no fundo, é um desalento por não ter aproveitado ao máximo aquele momento de felicidade. Felicidade é um instante, é preciso aproveitá-lo.
O mesmo poeta Mario Quintana, dizia que ”somos como anjos de uma asa só. E para voarmos precisamos uns dos outros". Esse adágio nos ensina que o homem é tão frágil que, para ele ter força precisa estar em conjunto, junto com outros. O estranho disso é que ainda tem gente que diz: "Sabe com quem você está falando?”. Como se ele fosse capaz de voar sozinho. Ou se preferir, de viver só.
Volto nesse polo, ninguém é capaz de viver sozinho. Se assim fosse, também existiria a possibilidade de felicidade isolada, solitária.
Dizer "eu não preciso de você" é o mesmo de dizer: ”Posso ser feliz sozinho".
Assim sendo, esteja pronto para partilhar da sua asa, para promover a felicidade de outros, no vôo.
Felicidade é uma questão de partilha também.