Mil razões
Eu tenho mil razões para pôr os pés nessa estrada
O copo de café vazio já está sobre a mesa
E ainda são cinco e pouca da manhã
E meus olhos te olham com jeito de perdão
O sol ainda não tomou conta da cidade
Boa parte dela ainda dorme
E outra parte já faz barulho de ondas quebrando
Nas areias úmidas de uma vida áspera
Eu tenho mil razões para ser aceso
Mas aqui tenho sido tão taciturno e adequado
Aos padrões e leis que não criei
Por isso o canto do galo anuncia a necessidade do acordar
Tenho todas as razões do mundo para partir
Já não cabe em mim o que os costumes injetaram na minha veia
Uma overdose de ilusão trouxe-me ao colapso da insatisfação
Não pense que estou fugindo, só ando cultivando asas