Mil razões

Eu tenho mil razões para pôr os pés nessa estrada

O copo de café vazio já está sobre a mesa

E ainda são cinco e pouca da manhã

E meus olhos te olham com jeito de perdão

O sol ainda não tomou conta da cidade

Boa parte dela ainda dorme

E outra parte já faz barulho de ondas quebrando

Nas areias úmidas de uma vida áspera

Eu tenho mil razões para ser aceso

Mas aqui tenho sido tão taciturno e adequado

Aos padrões e leis que não criei

Por isso o canto do galo anuncia a necessidade do acordar

Tenho todas as razões do mundo para partir

Já não cabe em mim o que os costumes injetaram na minha veia

Uma overdose de ilusão trouxe-me ao colapso da insatisfação

Não pense que estou fugindo, só ando cultivando asas

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 01/12/2019
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