O Fantasma da queda
Talvez um dia você vá embora.
Sentir que isso seja possível por um lado é bom, você vai forrando o chão pra uma queda, mas a ideia de encarar todo um ciclo me assusta.
Eu falei tanto mas tanto em coragem, e olha aonde estou? no meio do medo.
A cada palavra não dita, por dentro meu coração grita
a cada gesto não feito no dia, eu sinto uma extensa agonia.
É como se o dia cortasse a minha vida, é como se a solidão me esperasse.
Eu tinha aprendido a ser o companheiro da mesma, claro que com meu eterno cigarro e minha amiga cevada eu levava aquela vidinha vadia...
Quando as vozes se alteram, eu já vejo o fim.
Quando você vira as costas, me entorna chamas de um desespero de quem sabia sobreviver.
Eu acelero numa reta e de repente um susto, eu vejo como a vida é rasa, vai embora rapidinho...
Cenas de um filme que no momento me parece eterno, Promessas que são ditas com uma certidão de um documento oficial.
Eu não sei o tamanho do abismo aonde me joguei
eu não faço ideia de como vou fazer pra tudo acabar ou não acabar bem
o que eu sei é que eu não quero voltar pra um quarto, me omitir dos medos da vida, me exilar das relações
aquele que diz que não tem medo, não sei...
desconfio.