O Fantasma da queda

Talvez um dia você vá embora.

Sentir que isso seja possível por um lado é bom, você vai forrando o chão pra uma queda, mas a ideia de encarar todo um ciclo me assusta.

Eu falei tanto mas tanto em coragem, e olha aonde estou? no meio do medo.

A cada palavra não dita, por dentro meu coração grita

a cada gesto não feito no dia, eu sinto uma extensa agonia.

É como se o dia cortasse a minha vida, é como se a solidão me esperasse.

Eu tinha aprendido a ser o companheiro da mesma, claro que com meu eterno cigarro e minha amiga cevada eu levava aquela vidinha vadia...

Quando as vozes se alteram, eu já vejo o fim.

Quando você vira as costas, me entorna chamas de um desespero de quem sabia sobreviver.

Eu acelero numa reta e de repente um susto, eu vejo como a vida é rasa, vai embora rapidinho...

Cenas de um filme que no momento me parece eterno, Promessas que são ditas com uma certidão de um documento oficial.

Eu não sei o tamanho do abismo aonde me joguei

eu não faço ideia de como vou fazer pra tudo acabar ou não acabar bem

o que eu sei é que eu não quero voltar pra um quarto, me omitir dos medos da vida, me exilar das relações

aquele que diz que não tem medo, não sei...

desconfio.

Douglas De Carvalho
Enviado por Douglas De Carvalho em 29/11/2019
Reeditado em 29/11/2019
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