MORTE: Fábula 4
Não me parece apropriada a moralidade que o autor tira da fábula esópica sobre um galo sábio e uma pérola extraviada.
"Primum uiuere, deinde philosophare" dizem alguns como se fosse argumento racional esse quase provérbio.
Eu acho que próprio das pessoas, sim, é viver, mas muito mais próprio é filosofar. Contudo, quando é que filosofam as pessoas? Quando logram satisfazer as necessidades imediatas? Ou quando, sem as satisfazer de todo, tomam consciências de serem realmente pessoas e não só animais de categoria superior aos outros animais?
Os animais que só se consideram "de categoria superior" costumam manifestá-la matando, exterminando os animais de categoria inferior, mas também os vizinhos e os estranhos de igual categoria à sua. E quase sempre para roubar os bens alheios ...
As pessoas mais pessoas conduzem-se como o galo da fábula e não como os Lapidários aludidos no comentário, dispostos sempre ao abuso e à rapina.