Enjôo
Um saco de papel
Uma bosta
Um cesto de lixo
Ainda há amor aí?
Haha pode iludida! Tão incapaz
Tão vulnerável
Tanta imbecilidade humana numa pessoa só
Onde foi que errei?
Consegui amor, dei afeto, me esforcei, dei meu sangue pra matar a dor
Pingou dor, pingou sangue pelo corpo
Onde está minha sanidade?
Ela se foi, sei que foi
Uma vadia! Não passa de um ser desprezível e mulambendo
Porca e fedida
Não basta o perfume, não basta a insanidade
Não basta a mediocridade
Ela é nojenta
O que faço aqui ainda? Tenho nojo quando me vejo no espelho
Perdi até a vaidade
Tenho asco quando lembro do meu corpo
Podre e iludida
A ilusão de ter família e amigos
Queridos e bem quistos
Onde?
Haha nem em sonhos
Eles foram já perturbados
Dentro de uma infinita prisão
Onde?
Na paralisia
Essa sim, é um presente divino! Pra quê? Pra não tentar fugir nem dormindo
Pobre e trouxa
E aí te falam que tens um propósito uma vez em terra firme
Ora ora, o que diabos eu fiz nas outras vidas?
Eu tenho certeza que não escolhi não passar por isso
Que absurdo!
Não ligo, talvez eu mereça
Mereça até mais que isso
Acho que perdi
Perdi de novo
E de novo
Um fracasso a mais
Uma pouca vergonha a mais
Imunda!
Imunda!
Imunda!
Infeliz e infeliz
Nojenta
É isso que vejo ao olhar no espelho
Um pouco de cinismo
Olhar pro espelho e rir
Não é possível que me foi concedido isso
Ora ora, veja bem
Onde é que está o calor dessas mãos?
Não posso nem imaginar
Pois não foram em mim que foram aquecidas
Inojada de mim mesma
Infeliz