Nós, os marcianos
Alguns anos D.C.
O homem, na sua paranoica busca por vida em Marte, finalmente consegue enviar a primeira nave tripulada ao planeta vermelho.
Já em solo marciano, a tripulação começa a exploração em busca dos sonhados habitantes, que sempre povoaram o imaginário dos terráqueos.
E, como indicavam as décadas de prospecções sobre vida fora da Terra, finalmente encontram um ser bem assemelhado ao estereótipo marciano, como previsto pelos maiores cientistas.
O alienígena se escondia em uma inóspita caverna, e aparentava estar bem enfraquecido, o que surpreendeu os astronautas da missão, que esperavam encontrar seres superpoderosos. Mas esta não seria a única surpresa da missão.
O marciano relata, então, como foi parar ali e o que ocorreu com os demais habitantes, que não conseguiram escapar ao pior desastre sofrido por aquelas bandas...só ele sobreviveu.
No final do relato, o marciano faz uma revelação que deixa a tripulação incrédula: os que escaparam da hecatombe, partiram em busca de refúgio na Terra, povoando-a desde os tempos mais remotos...
Boquiabertos, os terráqueos relembram todas as teorias sobre os habitantes de Marte e sobre a origem da vida na Terra.
Começam a compreender, então, que nunca existiram terráqueos...e que os teóricos sempre estiveram certos: na verdade, somos todos marcianos, habitando a Terra, uma colônia de Marte.
Explica-se, assim, o apego descomunal da humanidade pelo planeta Marte.
Na realidade, não estávamos tentando ir, conscientemente, para Marte, mas, sim, guiados pelo nosso inconsciente, buscávamos voltar para nosso lugar de origem.
Tudo não passava de memória afetiva.