GENTE Q Não aprendeu a VIVER SEM [...]
“É uma geração que, parece, nunca ter passado por necessidade na vida. Ou não aprendeu suficientemente. Precisa sofrer mais um pouquinho. Será? E é impressionante como as pessoas deste século, de criança a idoso, de jovem a adolescente, vivem numa constante, num ritmo de consumo desenfreado, à ponto de não perceber a dominação aprisionante, pior que as drogas, que lhes pousou.
Não se dão conta da imediatidade e do exagero das próprias emoções e ações, não conseguem se acalmar em seus desejos, controlá-los ou mesmo equilibrá-los. E aí, acumulam compulsivamente tudo e consomem e produzem e não saem deste círculo infindável de ter e ter cada vez mais para ser. Pra quê tanto desespero?
A palavra ‘abstenção’ não existe em seu vocabulário da existência, pois seu modo de vida é pautado nas ‘possibilidades’ sempre, nunca nas ‘necessidades’. E terminam por ser pessoas confusas, vazias e fúteis, interiormente, pois não souberam equilibrar o ‘ser’ e ‘ter’; o exterior com o interior; ou simplesmente, o lado esquerdo do direito, não o lado do corpo mas da dúbia vida que levam: da ostentação por fora e da rotina por dentro; da alta exposição externa concomitante a miséria emocional interna. Que desperdício!
‘VIVER SEM’ é está em si mesmo, em sua plenitude de humano. No reino das necessidades se aprende a ‘passar sem’, a readaptar-se, readequar-se, valorizar o que se tem, reaproveitando tudo à sua volta.
Nele, somente nele, é que se vive de verdade!
Carta de um jovem minimalista, que observa as futilidades da vida e aprende, dia a dia, através da sensação do ‘não ter’ algo.”